segunda-feira, 21 de junho de 2010

Indo embora


Estou indo embora. Passarão dias passarinha tempo.
Estou indo embora, sem queixa e lamento.
Minutos a correr e vou correndo com milhares de coisinhas necessárias para a viagem.
Levo saudade, calma e uma meta na bagagem.
O mundo gira-gira... vou girando em torno do meu próprio eixo, impulso vertiginoso de mente em rotação.
E me transformo mar, ação.
Saci apitou,tô saindo num pé-de-vento.





[blog fechado]



Ps: perdoem-me não estar no melhor momento poético.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Eu uso óculos


Quinta-feira.
Na parada de ônibus me sentindo fudida e não paga eu quis chorar, daí fiquei num semi-choro(isso é possivél sim) era a única coisa madura? a fazer. Nesse momento eu agradecia ao Einstein que inventou o óculos escuro, o óculos da salvação!
Essa coisa mexicana toda é só porque dei uns vacilos percentuais na minha prova de finanças. O detalhe é que em hipotése alguma eu possa ir pra (temida) prova final senão minha viagem marcada e inadiavél vai para um lugar chamado beleléu.
Daí, jogarei-me da ponte mais próxima, com uma pedra amarrada no pescoço que é pra dar resultado.

Nossa, tô muito dramática.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O ato gratuito - Clarice Lispector




Muitas vezes, o que me salvou foi improvisar um ato gratuito. Ato gratuito, se tem causas, são desconhecidas. E se tem conseqüências, são imprevisíveis.O ato gratuito é o oposto da luta pela vida e na vida. Ele é o oposto da nossa corrida pelo dinheiro, pelo trabalho, pelo amor, pelos prazeres, pelos táxis e ônibus, pela nossa vida diária enfim - que esta é toda paga, isto é, tem o seu preço.Uma tarde dessas, de céu puramente azul e pequenas nuvens branquíssimas, estava eu escrevendo à máquina - quando alguma coisa em mim aconteceu.Era o profundo cansaço da luta.E percebi que estava sedenta. Uma sede de liberdade me acordara. Eu estava simplesmente exausta de morar num apartamento. Estava exausta de tirar idéias de mim mesma. Estava exausta do barulho da máquina de escrever. Então a sede estranha e profunda me apareceu. Eu precisava - precisava com urgência - de um ato de liberdade: do ato que é por si só. Um ato que manifestasse fora de mim o que eu secretamente era. E necessitava de um ato pelo qual eu não precisava pagar. Não digo pagar com dinheiro mas sim, de um modo mais amplo, pagar o alto preço que custa viver.Então minha própria sede guiou-me. Eram 2 horas da tarde de verão. Interrompi meu trabalho, mudei rapidamente de roupa, desci, tomei um táxi que passava e disse ao chofer: vamos ao Jardim Botânico. "Que rua?", perguntou ele. "O senhor não está entendendo", expliquei-lhe, "não quero ir ao bairro e sim ao Jardim do bairro." Não sei por que olhou-me um instante com atenção.Deixei abertas as vidraças do carro, que corria muito, e eu já começara minha liberdade deixando que um vento fortíssimo me desalinhasse os cabelos e me batesse no rosto grato de olhos entrefechados de felicidade.Eu ia ao Jardim Botânico para quê? Só para olhar. Só para ver. Só para sentir. Só para viver.Saltei do táxi e atravessei os largos portões. A sombra logo me acolheu. Fiquei parada. Lá a vida verde era larga. Eu não via ali nenhuma avareza: tudo se dava por inteiro ao vento, no ar, à vida, tudo se erguia em direção ao céu. E mais: dava também o seu mistério.O mistério me rodeava. Olhei arbustos frágeis recém-plantados. Olhei uma árvores de tronco nodoso e escruo, tão largo que me seria impossível abraçá-lo. Por dentro dessa madeira de rocha, através de raízes pesadas e duras como garras - como é que corria a seiva, essa coisa quase intangível que é a vida? Havia seiva em tudo como há sangue em nosso corpo.De propósito não vou descrever o que vi: cada pessoa tem que descobrir sozinha. Apenas lembrarei que havia sombras oscilantes, secretas. De passagem falarei de leve na liberdade dos pássaros. E na minha liberdade. Mas é só. O resto era o verde úmido subindo em mim pelas minhas raízes incógnitas. Eu andava, andava. Às vezes parava. Já me afastara muito do portão de entrada, não o via mais, pois entrara em tantas alamedas. Eu sentia um medo bom - como um estremecimento apenas perceptível de alma - um medo bom de talvez estar perdida e nunca mais, porém nunca mais! achar a porta de saída.Havia naquela alameda um chafariz de onde a água corria sem parar. Era uma cara de pedra e de sua boca jorrava a água. Bebi. Molhei-me toda. Sem me incomodar: esse exagero estava de acordo com a abundância do Jardim.O chão estava às vezes coberto de bolinhas de ararueira, daquelas que caem em abundância nas calçadas da nossa infância e que pisamos, não sei por que, com enorme prazer. Repeti então o esmagamento das bolinhas e de novo senti o misterioso gosto bom.Estava com um cansaço benfazejo, era hora de voltar, o sol já estava mais fraco.Voltarei num dia de chuva - só para ver o gotejante jardim submerso.

Nota da autora: "peço licença para pedir à pessoa que tão bondosamente traduz meus textos em braile para os cegos que não traduza este. Não quero ferir os olhos que não vêem."
(Retirado do livro Aprendendo a Viver)


******************************************************************

E hoje foi um dia phoda por causas várias da minha luta cotidiana, com a tpm então só piora. Sacoméquié, sensivelzinha num chorinho por nada.
Me auto-consolei dizendo que certas coisas não são o fim-do-mundo e não o são de fato, porém no momento eu quero um tempo. Quero um ato que eu não precise pagar .
Isto é necessário senão eu fico louca e loucura não me cai bem, não faço nada de extraordinário com ela, deixo-a para os Van Goghs da vida.

Ps: no fundo do quintal do vô, um bom lugar pra estar
Ps²: este é meu texto predileto da Lispector

domingo, 13 de junho de 2010

Coisas que não entendo


Nunca entendi o que há de interessante num jogo de nome rídicilo chamado colheita feliz
Nunca saquei qual a piada daquele tapa na perna do Antonio Nunez que dois caras metidos a engraçados fazem.
Nunca compreendi galere pirar com o tal do rebolation.
Ok, nunca entenderei as filosofias acima.
No fundo não passarei de uma nerd-enjoada-metida-a-besta que gosta de Nina Simone que queria ter um quarto grande pra colocar um balanço; o que também foge de qualquer explicação

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Saudade antecipada


Eu vou ter que ir embora, ainda não fui e já me dói o partir.
No caminho pra faculdade a lágrima me vem aos olhos pelos dias que estão a acontecer. Seguro o choro e brigo comigo pedindo compostura. Meu companheiro sempre ri perguntando onde está minha amiga imaginária...Esse hábito doido de falar sozinha.
Para o lugar que me destino é inviavél ver ou ouvir as pessoas que amo.
Não levo fotografias. Não preciso delas. Tenho gravado cada ruga, espinha, pé-de-galinha e gordurinhas dos que me são caros: mãe, namorado, pai, irmão.
Dias melhores estão por vir.



*Lá dentro do amor eu busco forças.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Novos passos


Sabe quando você quer fazer algo e além de querer você precisa?
Tô numa dessas.
Meu corpo anda roboticamente, meu cerébro coitado. Ainda não se deu conta da imensidão da situação mas mesmo assim ele ordena que minhas pernas caminhem.
A estrada me é árdua porém bonita.

sábado, 5 de junho de 2010

Ritual noturno


Quando ele canta para mim antes de dormir, meu riso se abre em sinfonia.
Dó, Ré, Mi, faz feliz.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Coíra está para me matar


Preguiça está para me matar.
É uma preguiçar de levantar, fazer o esforço de tomar café e deixar o cabelo apresentavél.
Pensar então! Pensar me exige uma vontade como a de ver aquela prima distante que você nunca teve afinidade.
Hoje tenho preguiça até de ser.
Ser também pede descanso.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Indecisa


Uma dúvida me assolou nesta terã-feira. Ter uma intoxicação alimentar por tanto tomar sorvete ou enfrentar meus cálculos da aula de finanças.
.
.
.
.
.
Fiquei com a primeira opção.

Frase do dia


Eram duas da tarde quando resolvi largar o livro que lia e fui almoçar. Mamãe fazia as unhas na mesa nessa hora, liguei pra central de estágio pra saber o resultado da concorrida prova para estagiar no TRE ( Tribunal Regional Eleitoram), resultado negativo, perguntei da lista de excendentes...Nada.
Dona Nilce nestas e em outras situações vem com o velho ditado de que tudo tem sua hora e tenta me encorajar dizendo que conseguirei algo muito melhor...coisas de mãe.
Doeu aqui dentro, sufoquei um choro, pensei em não procurar mais caralho nenhum.
Mas, disse a mim mesma: é mais um não da vida, pois eu vou ouvir não até ouvir sim.
Galera não sabe o contéudo que esconde minha embalagem, por tráz da moça de vestido romântico que quase não bebe, eu não sou o que visto, eu sou mais do que isso. Sou tenaz.




*Cássio Galvão : Nunca te conheci fraca.





Ps: ouvindo Grinder Man Blues - Memphis Slim