terça-feira, 3 de setembro de 2013

Setembros

Este mês faz dois anos que Dona Nilce realizou uma cirugia e tratamento contra o câncer.
Dois setembros em que descobri as várias nuances do Amor.
Dizer que ama é fácil como respirar, mas respirar esse sentimento é ato contínuo. De confiança e tenacidade.
Amar é entrar no elevador do hospital, quando você tem pânico dele e encara ele mesmo assim. Fecho os olhos e imagino um campo aberto pra não entrar em desespero.
É esconder todas as fivelas do guarda-roupa de um cabelo que já não existia. Não podia poupar minha mãe de uma quimioterapia, então qualquer dor que pudesse evitar eu fazia.
Amar é  comprar um livro de sopinha, porque você já não sabe mais inventar comida pra quem sofre de enjôo e perdeu o paladar.
É chorar depois da meia-noite quando tudo está quieto, porque o dia inteiro foi dificil e quem você ama precisa lhe ver forte.
É comprar um livro, um cd do Roberto Carlos, é fazer piada pra arrancar um riso.
Penso que tristeza devia ser pecado, sabe ?
Cazuza falava que ''o nosso amor a gente inventa''. Eu acho até que a gente reinventa. Tão caleidoscópico e cheio de cor e possibilidades ele é. Caixa de música que nos toca desde cedo...
Deixei de lado as desimportâncias. Os absurdinhos que nos fazem pequenos.
Claro que né, não virei e nem quero vender santidade e a bondade de uma madre em Calcutá.
Ser um ser humano melhor é minha grande construção na vida.
Eu só quero dizer que a alegria é grande.
Pela cura.
Por toda ajuda.
Por todo abraço
Pelos braços de solidariedade.
Pela nossa superação juntas.
Fiz uma trouxinha  de tudo isso, eu guardei aqui.




Um comentário:

  1. "A medida de amar é amar sem medida, velocidade máxima permitida!" já dizia Humberto Gessinger.

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