quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ferréz.


Olá parcos leitores deste blog, estamos no meio de fevereiro e nada de eu vim aqui fazer minha homenagem do mês. Primeiro eu andava em dúvida sobre quem ia postar, um fotográfo francês ou sobre um grande sambista que morreu como lavandr de carros. Mas eu dei de cara com o Ferréz e a dúvida acabou, quero falar é sobre ele. Li o livro Capão Pecado [literatura marginal] e a realidade que tá lá não é a querem nos mostrar e vender da revista de CARAS!!! Estava precisando do que Ferréz me deu, um soco no meio do peito. Pra me convulsionar, pra me sacudir, me alertar. Desde já ,meu muito obrigado. O livro fala de Rael e sua vida no Capão Redondo, garoto que trabalha numa metalúrgica, sonha em ser escritor e lês quadrinhos iluminado por uma vela, peca ao se apaixonar pela namorada do melhor amigo. No desenrolar da trama vamos conhecendo a dureza, a violência e a tristeza que há no Capão, que há aqui e no Haiti. Isso me permitiu me questionar sobre coisas não-ditas que gritam no nosso cotidiano. Da dignidade de uma criança que vai pro ralo quando precisa pedir esmola pra comer.A fome é um tapa que insiste em bater. Da formação de marginais, de jovens que se perdem, dos sonhos idem...da raiva que sinto de desconfiar de um irmão[por achar suspeito] muitos roubam, porém são roubados desde o nascer, assaltados da própria infância. Queria vomitar mais aqui, mas as palavras saem apressadas e trôpegas, saem com dificuldade da minha garganta. Ferréz além de romancista, é poeta, contista , roteirista, rapper, fundador da 1Dasul, movimento que faz eventos culturais nos bairros da periferia e é marca de roupas produzidas na comunidade. E é ganhador de muitos prêmios , o prêmio maior não tem representação em medalha ou estátua, mas na cabeça que ele auxilou a abrir com a chave da consciência. Ferréz ta fazendo sua parte, eu também mantenho a minha, também não vou dizer o que faço e daquilo que abro mão ao estender o braço...Não preciso dos créditos e admiração de ninguém, quem vive de imagem é artista da Globo.

Ferréz é um híbrido de Virgulino Ferreira (Ferre) e Zumbi dos Palmares (Z) e uma homenagem a heróis populares brasileiros.

Ferréz começou a escrever aos sete anos de idade, acumulando contos, versos, poesias e letras de música. Antes de se dedicar exclusivamente à escrita, trabalhou como balconista, vendedor de vassouras, auxiliar-geral e arquivista. Seu primeiro livro, Fortaleza da Desilusão, foi lançado em 1997, com patrocínio da empresa onde trabalhava.A notoriedade veio com o lançamento de Capão Pecado que está na terceira edição, lançado em 2000, romance sobre o cotidiano violento do bairro do Capão Redondo, na periferia de São Paulo, onde vive o escritor.Ligado ao movimento hip hop e fundador da 1DASUL (marca de roupa totalmente feita no bairro).Ferréz atuou como cronista na revista Caros Amigos. Em sua prosa ágil e seca, composta com doses igualmente fortes de revolta, perplexidade e esperança, Ferréz reivindica voz própria e dignidade para os habitantes das periferias das grandes cidades brasileiras.

Texto extraído do site www.ferrez.com

Ps: Abiodun, valeu por me emprestar o livro.






* O tal do Sistema anestesia.

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