sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Fonte das Pedras



Era uma vez um casal, tomavam sorvete num banco de madeira num dia não qualquer.
Não. Não era uma vez porque haverá outras vezes.
Isso aconteceu num passeio com meu companheiro num fim de tarde à Fonte das Pedras, dividi um lugar que era só meu.Que desde então é só nosso. Lá é meu refúgio: do tempo, do calor,das responsabilidades, da grana que falta, da saudade do mar, desse pouco óbvio do cotidiano que forma tudo.
Deitamos no colo um do outro e ficamos nos olhando, o olhar sussurando o que não precisava dizer.
Aquele momento exigia pouco diálogo, o silêncio que se respirava me inundava de paz.
Embora houvesse sons de motos, carros e alguns metros adiante tocasse uma música vulgar, o vento soprava beijos nas árvores e era a melhor trilha sonora aquela hora.
Por um sorvete clamei! Surpreso meu namorado falava de como o meu rápido terminava, sou adoradora deste doce assumida e ainda brinquei.
- Quem terminar primeiro ajuda o outro!
Quando gosto, gosto instensamente, quero tudo de uma vez, inteiramente. Por exemplo, não como chocolate a prestações.
Minutos passam e observamos um meninozinho, negro e de bochechas saliente, devia ter uns dois anos, ele chorava, gritava, criava estardalhaço pra ficar olhando os peixes, que na Fonte abundava. Parava com os braços na costa ,muito compenetrado na sua comtemplação.
Acho bonito esse encanto primeiro, me divertia quando ele fingia que ia ao caminho da mãe e correndo voltava.
Infelismente o expediente de visita chegava ao fim. Jogamos casquinha na água límpida pra ver qual peixe mais esperto pegava.
Caminhamos até a Praia Grande e olhamos o adeus do sol, mas este dia não terminou tranquilamente...o tom de certas palavras estremeceram o pacto selado e ali na beira do mar, o gosto na boca era amargo.

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