Moedinhas

Vinha hoje num ônibus quase vazio no horário das nove horas, o trânsito era tranquilo numa noite sem vento.

Do meu canto eu observava um homem, boné laranja de uma distribuidora de cremosinho, camisa simples de algodão e bermuda surrada. Tinha os dedos sujos e o dedão preto, machucado.

Esse homem contava moedinha após moedinha, recontava-as mais vezes...Na sua carteira aberta não pude ver identidade havia apenas o solitário cartão do SUS.

Pensava nas minhas moedinhas com vontade de dar àquele homem, mesmo que fosse pra ele pagar um quarto de bebida.

Quem sabe assim temporariamente este senhor saciasse na pinga ''a milenar inquietação do mundo'' como o João Silva do conto de Mário Quintana. Sei lá porque achei que ele merecia...Talvez nem fosse pra isso.

Eu e minhas Divagações.

Ps: Registro feito por mim de um flanelinha na Praça João Lisboa.

Ps ²: Tomando sopa numa caneca verde e me perguntando o destino deste homem.